[n. Figueira da Foz, 1886 – m. 1937, deserto do Namibe]

Luís Witt­nich Carisso foi botâ­nico e Pro­fes­sor Cate­drá­tico da Facul­dade de Ciên­cias da Uni­ver­si­dade de Coim­bra. A estas fun­ções juntou-se o cargo de direc­tor do Jar­dim, Labo­ra­tó­rio e Museu Botâ­nico de Coim­bra que assu­miu por oca­sião da jubi­la­ção de Júlio Hen­ri­ques.

Durante a sua direc­ção, o Jar­dim Botâ­nico foi muito enri­que­cido com novas plan­tas, nome­a­da­mente com plan­tas afri­ca­nas, a mai­o­ria ori­gi­ná­rias de Angola.
O seu inte­resse e pai­xão por Angola levaram-no a empre­en­der três expe­di­ções botâ­ni­cas a este país (1927, 1929, 1937). Empenhou-se no estudo da flora desta ex-colónia por­tu­guesa tendo orga­ni­zado gran­des colec­ções de plan­tas para her­bá­rio, que foi publi­cando em suces­si­vas edi­ções do Bole­tim da Soci­e­dade Bro­te­ri­ana e que resul­ta­ram na publi­ca­ção do Cons­pec­tus Flora Ango­len­sis.

O Her­bá­rio da Uni­ver­si­dade de Coim­bra desenvolveu-se enor­me­mente sob a coor­de­na­ção de Luís Car­risso, quer a par­tir das suas pró­prias colhei­tas, quer pelas mui­tas her­bo­ri­za­ções que man­dou efec­tuar em Por­tu­gal e nas ex-colónias.

 

Augusto Napoleone Berlese

Nome: Augusto Napoleone Berlese
Nascimento:
21 de Outubro de 1864, Pádua, Itália
Morte:
26 de Janeiro de 1903, Milão, Itália


Augusto Napoleone Berlese
foi um botânico e micólogo italiano que nasceu em Pádua 21 de Outubro de 1864 e faleceu em Milão a 26 de Janeiro de 1903, vítima de pneumonia. Era irmão do também botânico e entomólogo António Berlese (1863-1927), que se destacou no estudo da acarologia, sendo considerado o fundador da sistemática dos ácaros. Juntos, fundaram a Revista di Patologia vegetale, em 1892.

Augusto Napoleone Berlese formou-se em Ciências Naturais, em 1885, na Universidade de Pádua e foi assistente de Pier Andrea Saccardo (a quem auxiliou na escrita do trabalho “Sylloge Fungorum”), tendo-se dedicado ao estudo de parasitas quer de plantas, quer de animais. Em 1901, tornou-se no primeiro professor da cadeira de fitopatologia em Itália, introduzida na Universidade de Milão, onde leccionou até à sua morte prematura em 1903.

Este botânico colaborou com Júlio Henriques no estudo da flora micológica africana, tendo contribuído, nomeadamente, para as seguintes publicações:

  • Henriques, J. A. (1885). Contribuição para o estudo da flora d’algumas possessões portuguezas – Plantas colhidas por F. Newton na Africa occidental. Boletim da Sociedade Broteriana, 3, 129-140 e 226-229 .
  • Henriques, J. A. (1886). Contribuições para o estudo da flora d’Africa – Flora de S. Thomé – Catalogo das plantas cryptogamicas. Boletim da Sociedade Broteriana, 4, 129-221 .
  • Henriques, J. A. (1887). Contribuições para o estudo da flora d’Africa – Catalogo da flora da Ilha de S. Thomé. Boletim da Sociedade Broteriana, 5, 196-220 .

Publicou, ainda, o seguinte trabalho no Boletim da Sociedade Broteriana:

  • Saccardo, P. A.; Berlese, A. N. (1889). Mycetes aliquot guineenses a clar. Moller et F. Newton lecti in ins. S. Thomae et Principis. Boletim da Sociedade Broteriana, 7, 110-114 .

Existe no acervo de Botânica da Universidade de Coimbra um bilhete-postal de Augusto Napoleone Berlese dirigido a Júlio Henriques e disponível online na Biblioteca Digital de Botânica no seguinte endereço:

A abreviatura padrão utilizada para fazer referência a Augusto Napoleone Berlese como autoridade na descrição e classificação científica de taxa botânicos é Berl. ( lista de taxa descritos )

(Nota: procurar alguma referência de JH a Berlese)

Jacob Georg Agardh

Nome: Jacob Georg Agardh; Jakob Georg Agardh
Nascimento:
8 de Dezembro de 1813, Lund, Suécia
Morte:
17 de Janeiro de 1901

Jacob Georg Agardh (ou Jakob Georg Agardh) foi um botânico, ficologista e taxonomista sueco que nasceu em Lund a 8 de Dezembro de 1813 e faleceu a 17 de Janeiro de 1901. Era filho do também botânico Carl Adolph Agardh (1785-1859), Professor na Universidade de Lund e, posteriormente, Bispo da diocese de Karlstad.

Jacob Georg Agardh obteve o grau de Doutor em Ciências Philosophicas na Universidade de Lund em 1832; foi nomeado Professor Extraordinário de Botânica em 1836 e Professor Ordinário em 1847, lugar que ocupou até 1879. Interessou-se também pela economia, tendo sido membro do Parlamento sueco entre 1867 e 1872.

Tal como o seu pai, dedicou a sua pesquisa essencialmente ao estudo das algas marinhas, nomeadamente as cianobactérias, deixando sobre este grupo publicações de grande valor. Destaca-se o trabalho “Species, genera et ordines Algarum”, publicado em três volumes, entre 1848-1901. Aquando da sua morte encontrava-se a trabalhar na publicação da obra “Analecta Algarum” que iniciou já com 80 anos de idade.

Era um botânico reconhecido a nível mundial, devido ao seu mérito científico, como se pode comprovar pelas palavras de Júlio Henriques: “e ra a primeira autoridade sobre algas, e por isso era muito consultado.” (In: Boletim da Sociedade Broteriana, 1901, p. 179). Desta forma, recebeu diversas manifestações de consideração por parte de sociedades científicas e de governos. A título de exemplo: em 1849 foi eleito membro da Real Academia das Ciências Suécia; em 1867 foi-lhe conferido o diploma de membro da Sociedade Linneana de Londres tendo, em 1897, recebido a medalha de ouro da mesma sociedade; em 1878 foi eleito membro honorário estrangeiro da Academia Americana das Artes e Ciências. No dia em que completou 80 anos, de acordo com Júlio Henriques “recebeu o professor Agardh uma notavel manifestação da muita consideração que ao seu grande valor consagravam os botanicos de quasi todas as nações” (In: Boletim da Sociedade Broteriana, 1901, p. 179).

Júlio Henriques refere, ainda, que Jacob Georg Agardh “ legou o seu rico herbario á Universidade de Lund, que o guarda com respeito e segurança, cumprindo o desejo manifestado pelo doador de que nunca d’elle fosse separado qualquer exemplar ” (In: Boletim da Sociedade Broteriana, 1901, p. 179).

Este botânico colaborou com Júlio Henriques no estudo das algas de S. Tomé e Príncipe, tendo contribuído, nomeadamente, para a seguinte publicação:

  • Henriques, J. A. (1886). Contribuições para o estudo da flora d’Africa – Flora de S. Thomé – Catalogo das plantas cryptogamicas. Boletim da Sociedade Broteriana, 4, 129-221 .

Existem no acervo de Botânica da Universidade de Coimbra duas cartas de Jacob Georg Agardh dirigidas a Júlio Henriques e disponíveis online na Biblioteca Digital de Botânica nos seguintes endereços:

A abreviatura padrão utilizada para fazer referência a Jacob Georg Agardh como autoridade na descrição e classificação científica de taxa botânicos é J.Agardh ( lista de taxa descritos )